Amortecedor recondicionado: só presta se for caro
A escolha entre amortecedores novos e recondicionados tem gerado debates entre mecânicos e especialistas do setor automotivo. Boris Feldman, especialista em automóveis, esclarece os riscos e benefícios dessa opção econômica para proprietários de veículos.
Feldman explica que, enquanto alguns componentes automotivos podem ser remanufaturados com segurança, como embreagens e freios, o caso dos amortecedores é mais complexo. “Muita fábrica dessas peças, elas mesmas remanufatura e dão garantia. Isso não é problema”, afirma o especialista, referindo-se a peças como lonas de freio e discos de embreagem.
Os riscos dos amortecedores recondicionados
Contudo, quando se trata de amortecedores, Feldman é categórico: “Amortecedor recondicionado, de uma maneira geral, não deve ser comprado”. Ele alerta que muitas oficinas realizam um processo inadequado de recondicionamento, simplesmente substituindo o óleo interno por um mais grosso e aplicando uma nova pintura externa, sem garantir o funcionamento correto da peça.
O especialista ressalta que as fábricas de amortecedores não fornecem peças de reposição, o que dificulta um recondicionamento adequado. “Em geral, elas pegam o amortecedor, abrem, tiram o óleo que passa de uma parte pra outra, põe o mais grosso no lugar, dão uma boa pinturinha por fora e tá aqui o seu amortecedor recondicionado”, explica Feldman, destacando que esse tipo de procedimento não garante a eficácia do componente.
Quando o recondicionado pode ser uma opção
Apesar dos riscos, Feldman admite que existem situações em que o amortecedor recondicionado pode ser considerado. “Não use o amortecedor recondicionado a menos que o seu carro seja importado, deixou de ser produzido e não acha mais original, não tem mais na concessionária, nem nas casas de peças”, aconselha.
Para aqueles que optarem por amortecedores recondicionados, o especialista faz um alerta importante: “O recondicionado que presta, que você pode comprar, em primeiro lugar, vai custar mais caro que o original, que o normal, porque é difícil recondicionar um amortecedor corretamente”. Ele enfatiza que um recondicionamento de qualidade exige expertise e, consequentemente, terá um custo elevado.
Feldman conclui com uma advertência clara: “Se ele custar mais barato do que o amortecedor normal, não compre, porque é picaretagem. É impossível recondicionar um amortecedor e deixá-lo mais barato do que o original, só se ele não prestar”. Essa orientação visa proteger os consumidores de produtos de baixa qualidade que podem comprometer a segurança e o desempenho do veículo.